Black Sabbath

Biografia Black Sabbath

Formado em 1968/69, em Aston, subúrbio de Birmingham, Inglaterra, o Black Sabbath tem lugar de grande importância na história do rock. Para além de rótulos como heavy metal ou rock pesado, a música de Ozzy Osbourne (vocal), Tony Iommi (guitarra), Geezer Butler (baixo) e Bill Ward (bateria) segue influenciando novas gerações e as mais variadas vertentes sonoras.
Tony, Ozzy e Geezer se conheceram ainda meninos, mas não eram exatamente amigos - na verdade, antes que o pequeno John se transformasse no legendário Ozzy, apanhou e sofreu muito nas mãos de Tony, o verdadeiro terror da vizinhança. Apesar disso, adolescentes ainda, os três se reuniram na banda de blues Polka Tulk, junto com Bill Ward e com mais um saxofonista e outro guitarrista. Os dois últimos foram expulsos para que o quarteto se transformasse em Earth Blues Company, nome logo abreviado para Earth.
Tony foi convidado a tocar no Jethro Tull, mas voltou semanas depois (uma rara aparição na banda de Ian Anderson está registrada no especial Rock & Roll Circus, dos Rolling Stones). Como já havia outro grupo usando o nome Earth, veio a mudança para Black Sabbath (tirado de um velho filme de Boris Karloff), incorporando uma idéia do guitarrista, que andava impressionado com a popularidade do cinema de horror. Valendo-se do fascínio que Butler tinha desde criança por ocultismo, a banda passou a compor músicas macabras, com levadas lentas, mas barulhentas.
A nova linha teve impacto imediato na popularidade. Black Sabbath, primeiro álbum, gravado às pressas, saiu em março de 1970 e chegou ao quarto lugar na parada inglesa. Seis meses depois, chegava às lojas Paranoid, que estendeu o sucesso às paradas americanas (onde permaneceu por 65 semanas) e trazia clássicos como "War Pigs", "Iron Man" e a faixa-título. Em 1971, Master of Reality consolidou o estilo Sabbath com mais hinos como "Sweet Leaf" (ode à cannabis) e "Children of the Grave". Vol. 4, de 1972, foi um digno sucessor, abrindo espaço para baladas ("Changes") em meio a petardos como "Supernaut" e "Snowblind". Sabbath Bloody Sabbath, lançado em dezembro de 1973, tinha sintetizadores em várias faixas (Rick Wakeman participou do disco) e manteve a alta qualidade.
Em 1975, Sabotage encerrou a chamada fase clássica trazendo pouco além da monumental "Symptom of the Universe". Technical Ecstasy, de 1976, com baladas menos inspiradas ainda, refletia certo esgotamento criativo e tensão no relacionamento entre os integrantes. Ozzy saiu por três meses em 1977, mas voltou a tempo de participar do decepcionante Never Say Die!, no ano seguinte. Cada vez mais imprevisível, abalado pelo alcoolismo e pelo alto consumo de drogas, acabou sendo demitido pelos colegas.
De maio de 1979 a setembro de 1982, o posto de vocalista foi muito bem ocupado por Ronnie James Dio, um baixinho americano com vozeirão capaz de vôos operísticos. Já apreciado pelos fãs de rock pesado como integrante do grupo Rainbow (de Ritchie Blackmore), ele resolveu o problema do Sabbath imediatamente: logo na primeira jam session, ajudou a compor "Children of the Sea".
A era Dio rendeu dois álbuns - o impecável Heaven and Hell (1980) e o bom Mob Rules (1981) - que recuperaram a reputação do Black Sabbath. O ao vivo Live Evil, lançado no final de 1982, acabou sendo o estopim de saída de Dio: reza a lenda que, insatisfeito com a mixagem original, o cantor teria invadido o estúdio para secretamente aumentar o volume de sua voz. Para substituir o baixinho, foi chamado Ian Gillan, legendário por sua participação no Deep Purple. Os resultados apresentados em Born Again, de 1983, não foram muito empolgantes e o cantor em seguida voltou para sua antiga banda.
Bill Ward tinha saído do Sabbath entre agosto de 1980 e dezembro de 1982, sendo substituído por Vinny Appice. A partir daí, entre muitas idas e vindas, deixou espaços para Bev Bevan, Eric Singer, Cozzy Powell, Bobby Rondinelli e Mike Bordin terem a honra de segurar as baquetas no grupo.
Após uma breve reunião com Ozzy para o Live Aid, em 1985, o Black Sabbath se viu desfalcado também do baixista Geezer Butler e passou a funcionar como Tony Iommi & seus empregados, com muitas mudanças de formação. Não por acaso o álbum Seventh Star, de 1986, concebido como projeto solo do guitarrista, é creditado a "Black Sabbath featuring Tony Iommi" (Glenn Hughes, outro ex-Deep Purple, fez os vocais, mas foi substituído por Ray Gillen já na turnê do disco). The Eternal Idol (1987), Headless Cross (1989) e Tyr (1990), com Tony Martin nos vocais, marcaram uma fase de prestígio declinante, apesar de hoje o segundo ser cultuado por muita gente.
Em 1992, Geezer Butler voltou, juntamente com Dio, para gravar Dehumanizer, um disco que, sem ser brilhante, ajudou a reestabelecer o status do Sabbath. A turnê incluiu inesquecíveis shows no Brasil. No final do ano, Iommi, Butler e Vinny Appice fizeram um show que deveria servir como despedida de Ozzy dos palcos. Uma reunião com o antigo vocalista chegou a ser anunciada, mas não se concretizou. Os fãs tiveram de se contentar com um retorno de Tony Martin e mais um disco menor, Cross Purposes (1994, ano em que o Sabbath voltou ao Brasil, com Bill Ward na bateria) e outro constrangedor, Forbidden (1995), que tinha participação do grupo Body Count e um bizarro dueto entre Martin e o rapper Ice-T.
Foi o fundo do poço para Tony Iommi, que decidiu finalmente se reconciliar com os antigos colegas. Em 4 e 5 de dezembro de 1997, shows em Birmingham juntaram Iommi, Butler, Ward e Ozzy. O álbum Reunion (1998), registro dessas noites, foi o primeiro disco ao vivo oficial da chamada formação original (apesar da presença de Geoff Nicholls nos teclados). Depois de uma pequena turnê em 1999, marcada por problemas de saúde de Ozzy, que desenvolveu nódulos na garganta, o Black Sabbath anunciou novamente o encerramento de suas atividades. Apesar disso, o grupo tocou em 2001 no Ozzfest, o festival itinerante organizado por Ozzy e sua mulher, Sharon Osbourne. Quando o assunto é o fim, nunca se pode confiar no Black Sabbath...

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