PRINCÍPIO CRIADOR
Para a Wicca, existe um Princípio Criador,
que não tem nome e está além de todas as definições
e é chamado de: o único, ele criou o universo e depois suas polaridades.
Isto nos lembra os deuses gregos com Zeus no topo e todos os outros deuses (deuses
secundários) depois.
Desse princípio, surgiram as duas grandes polaridades, que deram origem
aos planetas, às estrelas e a todas as formas de vida. Podemos chamar
que os princípios masculino e feminino são o Deus único,
sem sexo, com sua face masculina; o forte, o paciente, o construtor e com sua
face feminina; a sensível, a geradora, a engenheira.
Você pode ouvir falar em outros deuses, eles são apenas ferramentas para nos auxiliar, são como os santos na religião católica e são deuses da 3ª categoria, pertencendo à 2ª categoria, o princípio masculino e feminino e à 1ª o Deus sem sexo, sem forma, sendo ele próprio o nada e o tudo, o mistério que jamais será explicado por ninguém, a morte e a vida. Os cristãos "adoram" um deus criador de tudo e de todos e lhe deram o sexo masculino; o Deus misterioso da wicca é uma criador absoluto, é muito poderoso e usa apenas magia (o único que tem o mais alto grau de poder) e por isso criou seus filhos: os princípios masculinos e femininos, para que criassem o universo; e não tem nada a ver com o deus cristão, dizem que os cristãos copiaram da wicca o que chamam de deus absoluto e ainda copiaram a origem do Santo Grall, que na wicca é o simbolismo do caldeirão sagrado, aquele que primeiro surgiu e onde é o único que pode se fazer poções, sua imagem foi traduzida ao longo dos tempos para o caldeirão de ferro, que conhecemos hoje.
PRINCIPIO FEMININO OU GRANDE MÃE
A Grande Mãe representa a Energia Universal
Geradora, o Útero de Toda Criação.
É associada aos mistérios da Lua, da Intuição, da
Noite, da Escuridão e da Receptividade.
É o inconsciente, o lado escuro da mente que deve ser desvendado.
A Lua nos mostra sempre uma face nova a cada sete dias, mas nunca morre, representando
os mistérios da Vida Eterna. Na Wicca, a Deusa se mostra com três
faces:
a Virgem, a Mãe e a Velha Sábia, sendo que esta última
ficou mais relacionada à Bruxa na Imaginação popular.
A Deusa Tríplice mostra os mistérios mais profundos da energia
feminina,
o poder da menstruação na mulher, e é também a contraparte
Feminina presente em todos os homens, tão reprimida pela cultura patriarcal!
A Deusa é a Mãe universal.
É fonte da fertilidade, da infinita sabedoria e dos cuidados amorosos.
Segundo a Wicca, ela possui três aspectos: a Donzela, a Mãe e a
Anciã, que simbolizam as Luas Crescente, Cheia e Minguante.
Ela é a um só tempo o campo não arado, a plena colheita
e a Terra dormente, coberta de neve.
Ela dá à luz em abundância. Mas, uma vez que a vida é
um presente seu, ela a empresta com a promessa da morte.
Esta não representa as trevas e o esquecimento, mas sim um repouso pela
fadiga da existência física.
É uma existência humana entre duas encarnações.
Uma vez que a Deusa é a natureza, toda a natureza, ela é tanto
a tentadora como a velha; o tornado e a chuva fresca de primavera; o berço
e o túmulo.
Porém, apesar de ela ser feita de ambas as naturezas, a Wicca a reverencia
como a doadora da fertilidade, do amor e da abundância, se bem que seu
lado obscuro também é reconhecido.
Nós a vemos na Lua, no silencioso e fluente oceano e no primeiro verdejar
da primavera.
Ela é a incorporação da fertilidade e do amor.
A Deusa é conhecida como a rainha do paraíso, Mãe dos Deuses
que criaram os Deuses, a Fonte Divina, A matriz Universal, A Grande Mãe
e incontáveis outros títulos.
Muitos símbolos são utilizados na Wicca para honrá-la,
como o caldeirão, a taça, o machado, flores de cinco pétalas,
o espelho, colares, conchas do mar, pérolas, prata, esmeralda... para
citar uns poucos.
Por governar a Terra, o mar e a Lua, muitas e variadas são suas criaturas.
Algumas incluíram o coelho, o urso, a coruja, o gato, o cão, o
morcego, o ganso, a vaca, o golfinho, o leão, o cavalo, a corruíra,
o escorpião, a aranha e a abelha.
Todos são sagrados a Deusa!
A Deusa já foi representada como uma caçadora
correndo com seus cães de caça; uma deidade celestial caminhando
pelos céus com pó de estrelas saindo de seus pés; a eterna
mãe com o peso da criança; a tecelã de nossas vidas e mortes;
uma Anciã caminhando sob o luar buscando os fracos e esquecidos, assim
como muitos outros seres.
Mas independente de como a vemos, Ela é onipresente, imutável,
eterna.
CANÇÃO DA DEUSA
Sou a Grande Mãe, cultuada por todas as criaturas e existente desde antes
de sua consciência.
Sou a força feminina primitiva, ilimitada e eterna.
Sou a casta Deus a da Lua, Senhora de toda a magia.
Os ventos e as folhas que balançam cantam meu nome.
Uso a lua crescente em minha fronte e meus pés se apoiam sobre os céus
estrelados.
Sou os mistérios não solucionados, uma trilha recém-estabelecida.
Sou o campo intocado pelo arado.
Alegre-se em mim, e conheça a plenitude da juventude.
Sou a Mãe abençoada, a graciosa Senhora da Colheita.
Trajo a profunda e fresca maravilha da Terra e o outro dos campos carregados
de grãos.
Por mim são geridas as temporadas da Terra; tudo frutifica de acordo
com as minhas estações.
Sou o refúgio e cura.
Sou a Mãe que dá vida, maravilhosamente fértil.
Cultue-me como a Anciã, mantenedora do inquebrado ciclo de morte e renascimento.
Sou a roda, a sombra da Lua.
Controlo as marés das mulheres e dos homens e forneço libertação
e renovação às almas cansadas.
Apesar de as trevas da morte serem meu domínio, a alegria do renascimento
é meu dom.
Sou a Deusa da Lua, da Terra, dos Mares.
Meus nomes e poderes são múltiplos. Distribuo magia e poder, paz
e sabedoria.
Sou a eterna Donzela, a Mãe de tudo, e a Anciã das trevas, e lhe
envio bênçãos de amor sem limite.
PRINCIPIO MASCULINO OU DEUS
Da mesma forma que toda luz nasce da escuridão,
o Deus, símbolo solar da energia masculina, nasceu da Deusa, sendo seu
complemento,
e trazendo em si os atributos da coragem, pensamento lógico, fertilidade,
saúde e alegria.
Da mesma forma que o sol nasce e se põe, todos os dias, o Deus nos mostra
os mistérios de Morte e do Renascimento.
Na Wicca, o Deus nasce da Grande Mãe, cresce, se torna adulto, apaixona-se
pela Deusa Virgem, eles fazem amor, a Deusa fica grávida, o Deus morre
no inverno e renasce novamente, fechando o ciclo do renascimento, que coincide
com os ciclos da Natureza, e mostra os ciclos da nossa própria vida.
Para alguns, pode parecer meio incestuoso que
o Deus seja filho e amante da Deusa, mas é preciso perceber o verdadeiro
simbolismo do mito, pois do útero da Deusa todas as coisas vieram, e,
para ele,
tudo retornará.
E, se pensarmos bem, as mulheres sempre foram mães de todos os homens,
pelo seu poder de promover o renascimento espiritual do ser amado e de toda
a Humanidade.
Quando discutirmos a Roda do Ano, esses conceitos serão novamente explicados
na parte dos rituais. Mas o sentido profundo do simbolismo na Bruxaria só
pode ser verdadeiramente entendido através da meditação
e do contato intuitivo com a energia dos Deuses.
O Deus tem sido reverenciado há eras.
Ele não é a deidade rígida, o Deus conhecido do cristianismo
ou do judaísmo, tampouco um simples consorte da Deusa. Deus ou Deusa,
eles são iguais, unidos.
Vemos o deus no Sol, brilhando sobre nossas cabeças durante o dia, nascendo
e pondo-se no ciclo infinito que governa nossas vidas. Sem o Sol, não
poderíamos existir; portanto, ele tem sido cultuado como a fonte de toda
a vida, o calor que rompe as sementes adormecidas, trazendo-as para a vida,
e instiga o verdejar da terra após a fria neve do inverno.
O Deus é também gentil com os animais silvestres.
Na forma do Deus Cornudo, ele é por vezes representados por chifres em
sua cabeça ,que simbolizam sua conexão com tais bestas. O Deus
cornífero tem a aparência do Minotauro, na antiga lenda grega,
ou seja com tórax e pernas humanas e cabeça de touro.
Em tempos mais antigos, acreditava-se que a caça era uma das atividades
regidas pelo Deus, enquanto a domesticação dos animais era vista
como voltada à Deusa.
Os domínios do deus incluíam as florestas intocadas pelas mãos
humanas, os desertos escaldantes e as altas montanhas.
As estrelas, por serem na verdade sóis distantes, são por vezes
associadas a seu domínio.
O ciclo anual do verdejar, amadurecer e da colheita vem há muito sendo
associado ao Sol, daí os festivais Solares da Europa, os quais são
ainda observados na Wicca.
O Deus é a colheita plenamente madura, o vinho inebriante extraído
das uvas, o grão dourado que balança num campo, as maçãs
vicejantes que pendem de galhos verdejantes nas tardes de outono.
Em conjunto com a Deusa, também ele celebra e rege o sexo. A Wicca não
evita o sexo ou fala sobre ele por palavras sussurradas.
É uma parte da natureza e assim é aceito.
Por trazer prazer, desviar nossa consciência do mundo cotidiano e perpetuar
nossa espécie, é considerado um ato sagrado.
O Deus nos imbui vigorosamente no desejo que assegura o futuro biológico
de nossa espécie.
Símbolos normalmente utilizados para representar ou cultuar o Deus incluem
a espada, chifres, a lança, a vela, ouro, bronze, diamante, a foice,
a flecha, o bastão magico, o tridente, facas e outros.
Criaturas a ele sagradas incluem o touro, o cão, a cobra, o peixe, o
dragão, o lobo, o javali, a águia, o falcão, o tubarão,
os lagartos e muitos mais.
Desde sempre, o Deus é o Pai do Céu, e a Deusa a Mãe da
Terra.
O Deus é o céu, da chuva e do relâmpago, que desce sobre
a Deusa e une-se a ela, espalhando as sementes sobre a terra, celebrando a fertilidade
da Deusa.
A CHAMADA DO DEUS
Sou o radiante Rei dos Céus, inundando a Terra com calor encorajando
a semente oculta da criação a germinar-se em manifestação.
Ergo minha brilhante lança para iluminar as vidas de todos os seres e
diariamente despejar meu ouro sobre a Terra, expulsando as forças das
trevas.
Sou o mestre dos animais selvagens e livres.
Corro junto ao ágil gamo e pairo como um falcão sagrado no céu
cintilante.
Os antigos bosques e locais silvestres emanam meus poderes, e as aves voadores
cantam minha santidade.
Sou ainda a última colheita, oferecendo grãos e frutos entre a
foice do tempo, para que todos sejam alimentados.
Pois sem a plantação não pode haver colheita; sem inverno,
não haverá primavera.
Cultue-me como o sol da criação de mil nomes, o espirito do gamo
cornudo nos bosques, a infindável colheita.
Observe no ciclo anual dos festivais o meu nascimento, minha morte e meu renascimento
- e saiba que este é o destino de toda a criação.
Sou a centelha de vida, o radiante sol, o que dá paz e descanso, e envio
meus raios de bênçãos para aquecer os corações
e fortalecer as mentes de todos.