A Polemica

Os anos de 1993 a 1995 foram possivelmente os piores que a indústria tabagista já sofreu. Leis contra o fumo surgiram ou ficaram mais rigorosas pelo mundo todo, altos executivos foram sabatinados em público por políticos dos EUA, e a comunidade médica produziu uma avalanche de dados apontando os efeitos nocivos do fumo. A discussão estaria deixando de ser ética -Liberdade de fumar x Liberdade de não fumar- para passar basicamente ao campo da saúde pública.

O Ataque

Relatório da EPA, concluiu que a exposição à fumaça ambiental do tabaco: · É responsável por cerca de 3 mil mortes por ano, 800 delas em ambiente doméstico e 2,2 mil em ambientes públicos ou de trabalho. · Causa efeitos sutis, porém significativos, sobre a saúde respiratória das pessoas. · Resulta em 150 mil a 300 mil casos de bronquite e pneumonia por ano entre crianças com até 18 meses de idade. · Em crianças, irrita a parte superior do trato respiratório e reduz a função pulmonar.

O Veredicto

Não se trata de um princípio ético dos cientistas, que formam um grupo profissional como qualquer outro, com pessoas honestas e desonestas, mas de uma definição: os procedimentos do método são a maior grantia de que a ciência seja uma forma confiável de aquisição de conhecimento. Não deve ser impossível projetar um estudo que verifique se há ou não uma relação de causa e efeito incontestável entre exposição à fumaça ambiental do tabaco e o câncer de pulmão. Poderia-se tentar descobrir qual o limite seguro de fumaça ambiental de tabaco, em termos de cigarros acesos por hora e por metro quadrado de ambiente fechado. Pode ser caro, eticamente complicado e demorado, mas não impossível. Impossível é aceitar passivamente que uma conclusão científica que recebeu críticas profundas, continue a ser aceita passivamente pela comunidade médico-científica mundial .

Anatomia do Cigarro

Um inocente cigarro contém milhares de substâncias que irão agir no organismo do fumante e da sua família. Ao fumar, o indivíduo introduz no organismo mais de 4.720 substâncias tóxicas, a maior parte delas resultantes da combustão do tabaco, como os radicais livres e cancerígenas. A fumaça produzida pelo ato de fumar é o resultado da combustão da matéria orgânica existente nos produtos derivados do tabaco e depende das características das folhas, além da quantidade dos aditivos químicos que lhes são acrescentado durante o processo de cultivo, armazenagem e industrialização, bem como do aporte de oxigênio e do grau da temperatura existente na ponta dos seus derivados, principalmente na ponta do cigarro. Quando aceso, a temperatura na ponta do cigarro varia de 835ºC a 884ºC, quando ocorre combustão completa, pois há oxigênio suficiente para o processo da combustão. No entanto, à medida que o ar se afasta da ponta acesa do cigarro, vai diminuindo o oxigênio e a combustão se faz de maneira incompleta, produzindo elementos menos oxidados, bem diferentes dos que surgem pela combustão completa. Duas fases diferentes compõem a fumaça do tabaco: uma fase de vapor, onde se encontram os produtos mais voláteis e uma outra fase de aerossol, onde se encontra o material particulado, também conhecido como condensado e algumas substâncias voláteis dissolvidas. Portanto, os componentes do tabaco encontram-se em forma de partícula ou condensado e de gases. A fase particulada, corresponde a 95% do fumo, é também conhecida como condensado, incluindo a nicotina - alcalóide existente na folha do tabaco, líquido, incolor e com odor semelhante ao da piridina e o alcatrão - mistura de diversos componentes, líquida, negra, viscosa, semelhante a obtida na destilação de várias outras substâncias orgânicas, como o petróleo - o mesmo do asfalto - a madeira - o carvão. Na constituição do cigarro há 22 hidrocarbonetos voláteis, isto é, que se reduzem a gás. Entre eles, o pirilbenzeno ou benzopireno que é um dos "vilões" no surgimento dos diversos cânceres do tabagista.

Causa Mortis

O cigarro é a causa mortis mais passível de prevenção que existe, sendo responsável por mais de uma em cada seis mortes nos Estados Unidos. O tabagista vive me­nos que o não fumante, com um índice de mortalidade 70% maior para todas as causas de óbito, inclusive doença coronariana. O cigarro contribui para 22% da mortalidade geral, 30% para a de origem cardiovascular, 30% para o câncer e 30% para as doenças respiratórias. Está associado a doença dos vasos e do coração, bronquite crônica, enfisema, câncer de pulmão, laringe, faringe, cavidade oral, esôfago, pâncreas e bexiga. Os grandes fumantes - aqueles que fumam dois ou mais maços por dia - tem índice de mortalidade coronariana duas a três vezes maior que os não ­fumantes, sendo que a incidência de doença nestes é quatro vezes maior. Os que fumam menos de dois maços correm duas vezes mais risco que os não fumantes. O risco de morte súbita também é duas a quatro vezes maior que nos não fumantes. Não existem evidencias científicas no que concerne a impacto positivo no uso de cigarros com baixos teores (light) de alcatrão e nicotina: se há algum benefício, esse diz respeito a câncer de pulmão e não a doença coronariana. É fato também que na troca para marcas de mais baixos teores os fumantes passam a fumar mais, dar tragadas mais fortes, anulando quaisquer benefícios. Não se pode esquecer que o mal do cigarro está na fumaça, em que existem mais de 3.000 elementos nocivos. Para o fumante passivo, a simples inalação da fumaça traz 10% de risco. Filtro e piteira tampouco parecem ser alternativas seguras. Um famoso estudo realizado na cidade americana de Framingham mostra que o tabagismo não está somente associado a todas as manifestações de doença coronariana e sim a qualquer mortalidade de origem cardiovascular. O cigarro aumenta o teor de monóxido de carbono (que funciona como veneno para o coração) no sangue, diminuindo a taxa de oxigênio dispo­nível na circulação sangüínea, como também exacerba a probabilidade de desenvolvimento de aterosclerose na aorta abdominal e nas artérias das pernas. Fumar cachimbo ou charuto não alivia o problema de a fumaça chegar ate os pulmões. Métodos "milagrosos" para interromper o vício são ineficazes se a pessoa não está convencida ou não tem realmente vontade. (Tais pessoas retomam ao hábito num primeiro momento de tensão.) Em relação à queixa de alguns de aumento de peso, na realidade 1/3 dos ex-fumantes ganha peso, 1/3 perde e em 1/3 das pessoas o peso não se altera. (Entre os que ganham peso, apenas 10% o mantêm.) Pesquisadores descobriram que um fumante passivo pode chegar a inalar o equivalente a um ou dois cigarros por dia e algumas estimativas apontam que isso foi responsável por 5.000 mortes por câncer no pulmão na Inglaterra. Maridos de mulheres fumantes têm duas vezes mais risco de morte por doença coronariana do que maridos de não fumantes; já as mulheres não fumantes casadas com fumantes têm incidência 15 vezes maior de doença coronariana. Encontra-­se nicotina no sangue e na urina de não fumantes expostos a fumaça de cigarro. Os riscos de um fumante passivo evidentemente são menores que os dos ativos, porém nenhum outro "poluente doméstico" traz maiores riscos de mortalidade para um ambiente fechado. A maioria dos homens do Leste Europeu fuma. Na antiga Alemanha Oriental 40% fumam; já os ocidentais fumam menos. 0 tabagismo também é comum nas classes sociais mais baixas de Reino Unido, Suíça, China, Filipinas e EUA. No Brasil, um em cada três adultos é fumante. Em indivíduos mortos em acidentes, por câncer ou outros motivos que não doença coronariana, observou-se um envolvimento aterosclerótico maior de fumantes em relação a não fumantes. 0 tabagismo tem efeito acelerador e agravante na aterosclerose da parede das artérias coronarianas, sendo causa do aumento do colesterol total, LDL colesterol, triglicerídios e queda do HDL colesterol. Também o grau de aterosclerose está relacionado ao número de cigarros fumados. Em relação ao HDL colesterol, a própria exposição passiva à fumaça diminui seus índices até em crianças de pais fumantes. Um cigarro aceso numa sala fechada sem ninguém fumando polui tanto o ar quanto a cidade mais poluí­da do ABC paulista. Durante o período 1965-1980 mais de 3 milhões de mortes prematuras por doença coronariana podem ter sido devidas ao ato de fumar. Há grande incidência de tabagismo nos usuários de cocaína que infartam. Em diabéticos, o hábito de fumar dobra o risco de infartos. Cinqüenta por cento da redução da evidência de doença coronariana que vem sendo detectada desde 1968 nos Estados Unidos podem ser imputados à diminuição do número de tabagistas e ao controle dos hábitos alimentares. Além de todos os efeitos deletérios, o cigarro interfere nos tratamentos médicos, diminuindo o efeito antianginoso de várias medicações por nós freqüente­mente prescritas, aumenta o índice de obstrução de pontes de safena e de reoclusão pós-angioplastia.

Alguns conselhos que ajudam a parar de fumar:

· não sente após as refeições;

· repouse o suficiente;

· pratique exercícios de relaxamento

· beba de seis a oito copos de água entre as refeições;

· evite o álcool se isto fizer você sentir vontade de fumar;

· faça exercícios físicos diariamente; os patches de nicotina (liberação transdérmica) ou as gomas de mascar de nicotina podem auxiliar.

Em gestantes o problema é ainda mais grave, pois além de debilitar a mãe, atinge impiedosamente o feto. O endocrinologista Flávio Rotman, autor do livro Gravidez sem risco - a nutrição in útero, afirma, no livro, que as fumantes têm maior propensão a partos natimortos ou dão a luz a bebês com baixo peso no nascimento e com maior vulnerabilidade de doenças e à morte. No ato de fumar a mãe está privando seu filho de oxigênio, aumenta a probabilidade de aborto e faz com que uma das alternativas é reduzir a quantidade de cigarros, optar por marcas com baixo teor de nicotina e alcatrão, não tragar e apagar o cigarro quando estiver na metade. Estas são soluções paliativas, mas a recomendação dos médicos é categórica: PARE DE FUMAR!

"O Feto também fuma"

Fumar no Período da Gravidez Dificulta o Crescimento do Feto

Fumar na da Gravidez aumenta o risco de Infecção no Feto.

Síndrome de Abstinência

Muitas vezes nos deparamos com esta expressão "Síndrome de Abstinência". Mas o que realmente vem a ser esta síndrome? O que acontece com quem passa por uma síndrome de abstinência? Quais as suas características e os seus sintomas?

Quando paramos de fumar nosso organismo reage intensamente à falta da nicotina (substância causadora da dependência), que estava habituado a receber diariamente. Esta reação é uma readaptação natural do seu organismo à uma nova qualidade de vida, isto é, uma vida livre de nicotina, e recebe o nome de Síndrome de Abstinência. Tal síndrome manifesta-se através de sintomas físicos e emocionais, que muitas vezes são prontamente evitados com uma nova ingestão da substância. Cria-se, então, um círculo vicioso onde passamos a fumar não mais por prazer, e sim para evitarmos o desprazer dos sintomas da síndrome de abstinência. Por isso é importante que você esteja preparado para não cair nessa "armadilha"!

Sintomas Físicos

· Fissura pelo cigarro (desejo intenso de fumar): Esse é o sintoma mais comum da síndrome de abstinência. O desejo intenso de fumar dura apenas de 3 a 5 minutos.

· Tontura, peso na cabeça, dor de cabeça, dificuldade de concentração e confusão: Esses sintomas são o sinal de que o cérebro está recebendo uma quantidade maior de oxigênio, uma vez que o monóxido de carbono não está mais entrando no organismo através do hábito de fumar.

· Tosse: Essa tosse indica que os cílios que revestem a mucosa do pulmão estão começando a funcionar para limpá-lo.

· Sonolência ou Insônia

· Aumento ou diminuição do apetite

· Alterações no funcionamento do estômago e do intestino

· Prostração / Apatia · Diminuição dos batimentos cardíacos

· Garganta dolorida ou boca seca · Dores musculares e nas articulações

· Náuseas

Sintomas Emocionais

· Ansiedade : Essa característica aparece com freqüência e, normalmente o quadro de ansiedade vem acompanhado dos seguintes sintomas: estado de preocupação, inquietação, tremores, sudorese, dores de cabeça, taquicardia, boca seca etc..

· Depressão

· Tristeza

· Mau humor

Irritabilidade / Raiva

Pessoas que ficam expostas à fumaça do cigarro podem ter bronquite, pneumonia, resfriados e asma, principalmente crianças e adolescentes Um cigarro aceso produz 2 tipos de fumaça: a que o fumante aspira e devolve depois que é filtrada no seu pulmão, e a chamada lateral que é aquela que o fumante passivo entra em contato. Esta última sai diretamente do cigarro e, por não passar pelo filtro do pulmão de quem está fumando, possui as mesmas substâncias tóxicas que a primeira em concentrações ainda maiores . A fumaça lateral contém 3 vezes mais nicotina, 3 vezes mais monóxido de carbono e 50 vezes mais substâncias cancerígenas.

Efeitos imediatos da poluição tabágica ambiental no fumante passivo:

· Irritação nos olhos

· Congestão nasal

· Tosse

· Dores de cabeça

· Alergias

Consequências do ato de fumar Leia e tire suas próprias conclusões:

1. A Vida de uma pessoa que fuma 15 cigarros por dia é reduzida, em média, 5 anos.

2. Uma pessoa que fuma um maço de cigarros por dia tem probabilidade 20 vezes maior de desenvolver câncer de pulmão do que uma pessoa que não fuma.

3. O fumo é responsável por 30% das mortes por câncer; 90% das mortes por câncer no pulmão; 97% do câncer da laringe; 25% das mortes por doença do coração; 85% das mortes por bronquite e enfisema; 25% das mortes por derrame e por 50% dos casos de câncer de pele.

4. Uma pessoa que fuma tem o dobro de chance de vir a ter doenças cardiovasculares do que uma pessoa que não fuma.

5. Para as grávidas que fumam (tirado da Revista Veja de 14/07/99, pág. 33): "O tabaco pode apresentar uma ameaça à adolescência das crianças. Entre os meninos quadruplicam os riscos de distúrbios de comportamento. E entre as meninas cresce cinco vezes a propensão à dependência de drogas."

6. Uma pessoa que fuma tem 20 vezes mais chances de desenvolver bronquite crônica ( os brônquios secretam excesso de muco e os cílios responsáveis pela eliminação desse muco passam a funcionar mal; o muco fica assim acumulado nos brônquios e bronquíolos, que inflamam, e a pessoa passa a tossir muito e a ter dificuldade em respirar) e enfisema pulmonar (rompimento dos alvéolos, com redução da área para as trocas gasosas) do que uma pessoa que não fuma.

7. O fumante tem 7 vezes mais chances de desenvolver úlceras e câncer de estômago que os não-fumantes.

8. Envelhecimento precoce de todas as células do organismo pela diminuição do aporte de oxigênio no sangue (5% menos) e consequente aumento de radicais livres, bem como diminuição do tempo de vida

9. Fumar na gravidez representa perigo para o feto: há o dobro de risco de aborto, de nascimentos prematuros e de morte de fetos; quando isso não ocorre, o bebê de uma gestante fumante terá menor peso no nascimento.

10. Os fumantes obrigam os não-fumantes a fumar, pois os não-fumantes confinados em ambientes fechados, como carros, escritórios, salas de espera, bares, restaurantes e outros, são afetados pela fumaça do cigarro dos fumantes; respirando passivamente essa fumaça, os não-fumantes podem, ao longo do tempo, desenvolver os mesmos problemas circulatórios e respiratórios que os fumantes. Filhos de pais fumantes, por exemplo, têm o dobro de chance de contrair pneumonia ou bronquite no primeiro ano de vida.

11. Aparecimento de asma, gripes constantes com recuperação lenta. O fumante perde o folego aos menores esforços, com tosses frequentes, pigarro ou catarro constantes.

12. Agravamento de doenças como hipertensão, diabetes, colesterol alto, cardiopatias, doenças vasculares - derrames (principalmente em associação à pílula anticoncepcional-AVC) e doenças pulmonares.

13. O alcatrão, assim como algumas das centenas de substâncias catalogadas contidas na fumaça do cigarro, são considerados de grande potencial cancerígeno, sendo responsável pela maior incidência de câncer de pulmão, boca, laringe, esôfago, estômago, prostata, bexiga, cólon e outros órgãos.

14. Maiores riscos e maior dificuldade na recuperação após intervenções cirúrgicas.

15. Pele do rosto acinzentada, dentes escuros e dedos da mão amarelados.

16. Suspeita-se que algumas das mais de 4.000 substâncias presentes na fumaça do cigarro possam causar alterações genéticas.

17. No homem, maior tendência à impotência sexual, principalmente em associação a outros fatores de riscos como stress, hipertensão, diabetes, doenças cardiovasculares, etc. Diminuição da mobilidade dos espermatozóides, aumentando a possibilidade de infertilidade masculina.

18. Dependência física e psíquica de uma substância, que nem sempre encontra-se à mão, além do número cada vez menor de locais públicos onde é permitido fumar.

19. Dificuldade de convivência com outras pessoas ou parceiros que não fumam, além da transformação de seus filhos em fumantes passivos indefesos, sem considerar o mau exemplo.

20. Má aceitação social por parte de número cada vez crescente de amigos que não fumam ou que deixaram de fumar, e o consideram uma pessoa displicente com sua própria saúde, sem força de vontade e, pior ainda, egoísta por impor-lhes sua poluição particular.

21. Mau hálito e impregnação de roupas, cabelo, objetos e ambiente doméstico pelo cheiro do cigarro.

22. Maior dificuldade de emprego, visto a tendência atual de preferência a não fumantes.

23. Aumento dos gastos mensais com pacotes de cigarro, medicamentos para tratar as doenças relacionadas ao tabagismo e custos mais altos das apólices de seguro de vida e de saúde para fumantes.

Relatos de Fumantes

Por que parar de fumar?

A pergunta certa seria "Por que fumar?", aliás, a maioria dos fumantes já deve de ter se feito esta pergunta. Comecei a fumar com mais ou menos uns 16 anos, embora o cigarro tenha feito parte de bem dizer toda minha vida até então. Minha avó fumava, inclusive ela foi uma das pessoas que mais me influenciou para o vício do cigarro. Não tenho vergonha de dizer isso. Ela faleceu em 1983, e diga-se de passagem, não foi por causa do cigarro. Meus tios fumam, eu quando pequeno acendia o cigarro pra eles. Todo mundo achava bonitinho. Até que um dia eu fui acender um cigarro pra minha tia e não sei como, traguei de verdade. Imaginem qual foi minha reação, eu acho que eu tinha uns 12 anos, desmaiei na hora. Todo mundo ficou assustado e tal. Levei uns puxões de orelha e foi isso. Mas não foi o suficiente pra mim abandonar a idéia de fumar. Meu sonho era um dia poder comprar minha própria carteira de cigarros e sair por aí a tragar e soltar fumaça. Ô beleza. Que legal. Pense bem, é legal mesmo? É, pode até ser, mas qual seria o sentido de se fazer isso? Qual o sentido de se colocar uma fumaça que a gente sabe que vai nos fazer mal dentro do nosso corpo e depois simplesmente fazer "ffffffffffffffffff" e soltá-la de novo? Imagine a situação. Charme. Poder. Força. Com certeza força não é, pois depois de alguns anos fumando a gente já nao consegue correr nem pra pegar um ônibus. Charme? É, realmente, a indústria de cigarros conseguiu nos passar essa idéia. Pena que esse charme não é o cigarro que nos dá. Se parecemos charmosos com um cigarro na mão, será que não faria o mesmo efeito excluindo o cigarro? Pois na verdade eu nunca ouvi alguém dizer "Olha só que cigarro!" ou senão "Olha como ele fuma bonito!" ou ainda "Que lindo aqueles dedinhos...todos amareladinhos na ponta por causa da nicotina!". É, realmente nossa situação é complicada. Eu ainda me considero um fumante compulsivo, pois estou sem fumar há poucos dias. As tentações são muito fortes ainda. Quando eu me levanto e me preparo para ir pro trabalho, já me vem aquela sensação de que eu vou sair e acender o primeiro cigarro. Eu já estava numa fase que qualquer coisa era motivo para um cigarro aceso. Era só eu dar um "ENTER" no teclado que já era motivo de minha ansiedade fazer com que, automaticamente, eu acendesse mais um. Tinha dias que quando eu via, já estava com o cigarro aceso. Nós, usuários da internet e de computadores em geral, somos um alvo fácil para o vício do cigarro. O motivo de nossas compulsões nada mais é que a ansiedade de um procedimento certo, ou de simplesmente a espera de um resposta de um outro internauta. Vejam bem, todas estas situações que estou colocando aqui são de certa forma uma auto-análise, e que é claro, é quase impossível que não se encaixe nas suas compulsões. Na verdade, não estou aqui para ser mais um daqueles chatos ex-fumantes, que cá pra nós, são mais chatos do que aqueles que nunca fumaram. O ex-fumante chato, depois que consegue realmente parar de fumar, bah, aí ele quer que o mundo inteiro pare também, pois se ele conseguiu, o mundo inteiro tem que conseguir. Claro que lá no fundo, bem lá no fundo daquele ex-fumante chato, está uma vontade de poder mostrar ao mundo que conseguiu vencer uma força que realmente na maioria das vezes vence. E não vamos nos enganar , nos vence nos tirando a vida. É isso aí, a vida. Olha, eu nunca vi alguém morrer por causa do cigarro, nunca vi aquelas famosas fotos de pulmões de pessoas que fumaram e tal, mas um amigo meu teve que cuidar de seu avô, dias antes de ele falecer com câncer nos pulmões. Ele me disse que seu avô no dia em que morreu, vomitou nicotina e que a nicotina trancou em sua garganta e ele morreu asfixiado. Que morte horrível. Isso eu soube faz mais ou menos uns 8 anos, e mesmo assim, não parei de fumar. Eu ainda não entendi a parte psicológica da coisa. A gente sabe que as probabildades de um fumante morrer de câncer é de bem dizer 99%. O que sobra, 1%, morre acidentado ou lá sei eu de quê. Então achamos que com a gente não vai acontecer? Na minha opinião, o cigarro também nos afeta psicologicamente, de uma maneira que nos faz ver a morte como uma consequência inevitável e que de qualquer forma vamos morrer e que se não for de câncer vai ser de uma outra coisa mesmo, então deixa eu fazer o que me der vontade. Mas lembre-se que geralmente esse tipo de pensamento ocorre durante a adolescência, que é uma fase da vida onde estamos evoluindo em todas as formas, ou pelo menos deveria de ser. Dizem que a apartir dos 30 anos ficamos mais maduros, mais espertos, mais experientes. Será? Eu imagino que se isso realmente fosse verdade, não existiria fumante com mais de 30 anos. Fumar não é ser esperto. Fumar não é ser o maioral. Fumar não é ser o galã da turma. Fumar é apenas um vício. Ponha isso na sua cabeça, fumar é apenas um vício. Ou melhor, eu falando assim, reduzo o significado real do ato de fumar. FUMAR É VÍCIO. E um dos piores vícios que existe. Certa vez, vendo uma reportagem, um senhor dizia estar fazendo um trabalho de grupos em penitenciárias, hospitais e etc. Ele disse que acompanhou o caso de um rapaz que era viciado em cigarro, cocaína, craque e maconha. Ele começou o trabalho com o rapaz, e realmente, estava dando certo o seu trabalho. O rapaz já havia deixado da cocaína, do craque e da maconha, mas do cigarro ele ainda não tinha conseguido deixar. Após vários anos, o senhor responsável pelo trabalho procurou aquele rapaz e ele ainda fumava. Minha iniciativa de abandonar o vício do cigarro, não aconteceu apenas dessa vez. Já parei várias vezes de fumar, inclusive teve uma vez que parei um ano. Foi ótimo. Recuperei meu peso que havia perdido, melhorou minha respiração, tem que ver, só há melhoras quando paramos. Claro, há o risco de engordar. Eu conheço um cara que diz o seguinte a respeito de a gente chupar uma bala quando tiver vontade de fumar: "Depois o cara vai ter que voltar a fumar para parar de chupar bala." Realmente, não é verdade. Quando eu parei de fumar por um ano, as balas foram minhas aliadas. Chicletes, enfim, tudo o que pudesse me distrair. Por exemplo, descobri agora que escrevendo não me dá vontade de fumar. Então o dia-a-dia do ex-fumante é assim, cheio de novidades. Aos poucos eu vou vendo a diferença de estar ou não fumando. Confesso que não estou vendo a razão de tal vício. A outra vez que eu parei de fumar, eu parei tendo uma carteira cheia de cigarros. Guardei-a pelo seguinte motivo: um fumante sabendo que não tem cigarros fica mais nervoso ainda. Deu certo, eu ficava tranquilo pois sabia que se a vontade apertasse, era só eu recorrer ao maço guardado. Mas infelizmente este mesmo maço que me fez parar me fez voltar a fumar. Então dessa vez eu resolvi parar sem ter cigarro. Agora se eu quiser fumar, vou ter que sair a noite pra comprar. Isso diminui as chances de eu voltar. Não exclui mas diminui. Conto com o apoio de todos e espero que muitos venham fazer parte deste grupo. Vamos viver mais e melhor. Vamos pensar nas pessoas que acabam fumando por nossa causa, e também vamos pensar naquelas pessoas que nos querem bem e que vivem nos pedindo para pararmos. O que na verdade elas querem, é nos terem mais tempo junto com elas, pois quem está de fora tem uma visão muito melhor. Deus nos ajude. ter fumado durante 10 anos de minha vida dos 13 aos 23 anos hoje com 29 anos não fumo mais além de ter entre familiares , e familiares esses bem próximo , como meu pai , irmão e avós , pessoas que infelizmente vivem presos ao vicio do tabaco , acabando com suas proprias vidas , queimando seu dinheiro e destruindo sua saúde . E eu sei que isso não é só na minha familha mais em milhares de pessoas espalhados no mundo. Eu tenho quase certeza que perderei meu pai , como causa mortis o tabaco e já em memoriam construi este site , alertando sobre os malefícios do cigarro que a cada geração vem consumindo mais pessoas e na maioria os mais jovens . Essa é a minha arma contra o inimigo que vai destruir várias vidas. Fumo há mais de 20 anos. Fiz uma cirurgia cardíaca (ponte de safen a) e assim que pude por um ato impensado ao ver alguém fumando ao meu lado, dei um trago e a partir daí voltei a fumar. Sei que estou me matando mas tenho muita vontade de para, mas só encontro pessoas que me ofendem e tripudiam sobre minha incapacidade de largar o vício. Parei de buscar ajuda, por um sentimento de total fracasso. Hoje fiquei sabendo da existência deste site e resolvi conhecê-lo. Gostei muito e espero que ajude a muitas pessoas. Um abraço e parabéns pela iniciativa. Fumo à 11 anos, tenho 24, Já tentei para várias veses, há 72 horas que não fumo e resolvi procurar ajuda na internet, já tentei para uma vez, com sucesso a cerca de 2 anos atrás, mas depois de 2 meses voltei. Gostaria de dizer aos amigos que querem para, que a promeira semana é muito difícil, mas depois, você começa a se sentir bem - sem o cigarro -, durante esta semana, tente chicletes e balas, pois para min, foram uma arma poderosa, e desta vez para sempre.

DOENÇAS TABACO-RELACIONADAS

Prof. Dr. José Rosemberg Outubro/99

Infarto do miocárdio

Angina pectoris

Hipertensão Aterosclerose

Acidente vascular cerebral

Tromboangeite obliterante

Bronquite crônica

Enfisema pulmonar

Gripe

Pneumonia por Legionella pneumophila

Pneumonia por Branhamella catarrhalis

Pneumonia a colesterol

Tuberculose

Câncer do pulmão

Câncer da boca

Câncer da faringe

Câncer da laringe

Câncer do esôfago

Câncer do estômago

Câncer do pâncreas

Câncer da bexiga

Câncer do rim

Leucemia mielóide

Câncer do colo do útero

Câncer de mama

Doença de Crohn (Mycobacteria paratuberculosis)

Úlcera do estômago

Úlcera do duodeno

Osteoartrite

Osteoporose

Catarata

Estomatite

Bronquite

Pneumonia

Amigdalite

Otite

Sinusite M

orte súbita infantil

Sindactilia

Estrabismo

Lábio leporino

Prenhez tubária

Aborto

Descolamento precoce da placenta

Placenta prévia

Diabete

Câncer da pleura (associado com asbesto)

Aneurisma da aorta

Aneurisma abdominal

Câncer da próstata

Câncer do intestino

Câncer do reto

Menopausa precoce

Derrame suboracnóide na mulher com associação de anovulatórios

Periodontite

Voltar